À MINHA MÃE
Dos carinhos de mãe que tive outrora
Eu não posso esquecer um só segundo.
Neste afeto materno e tão fecundo
Eu mergulho meu pranto nessa hora.
A saudade materna inda vigora
Neste filho que vaga pelo mundo
À procura de um lar sacro e profundo
Que a sorte vandálica jogou fora.
E num sonho macabro a vi surgindo.
Minha mãe a falar com um gesto lindo
Nos mais toscos problemas conjugais.
Na distância cruel da minha casa
A tristeza hedionda me extravasa
Quando lembro os carinhos maternais.
REMINISCÊNCIA
Do passado eu recordo a ingratidão;
Minha infância, meu lar, minha família.
Inda tenho a primeira juvenília
Que eu cantava no velho casarão.
Malhadinha querida, meu rincão!
Um cenário de luta e de vigília,
Que ficara a rondar como quizília
No meu rústico e triste coração.
Quando a morte levou mamãe querida,
A tristeza infestou nossa guarida
Nos deixando na grande solidão.
Lendo agora, por sorte, meus anais,
Vejo a foto macabra dos meus pais,
Choro e grito atônito de emoção!
Antônio Agostinho Santiago - Russas-Ce
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