À VIDA DE UM TRISTE
Eu preciso cantar minha derrota,
Minha vida macabra, o meu tormento;
Meu soneto é feito do lamento
Desta vida satânica e idiota.
Ser fiel neste mundo ninguém nota,
Pois a vida é tosco fingimento.
Sou a vítima nefária do escarmento,
Da desgraça hedionda e da chacota.
Já cansei de sofrer tanta maldade,
Porém agora com o peso da idade
Vejo a morte cruel no meu destino.
De sofrer neste mundo não sossego;
Este fardo nefando que carrego
Pesa em mim desde o tempo de menino.
MALHADINHA, TERRA PRIMEIRA
Malhadinha, querida, dos meus pais,
Velho berço da minha genitura;
Eu preciso cantar tua amargura,
Testemunha fiel dos meus anais.
Na distância dos beijos maternais
Eu mantenho por ti grande cordura;
Teu passado foi feito com lisura
E quem te amara alí não existe mais.
Minha origem paterna pereceu,
Meu tamarindo amigo ali morreu
Co'a distância macabra do seu dono.
A sua morte vandálica eu propago:
Que tristeza a família Santiago
Não ser mais a herdeira de seu trono.
Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
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