domingo, 4 de julho de 2010

TEMPO QUE SE FOI


AS MINHAS MÁGOAS

Dormitando na sombra do teu leito
Eu chorei muitas vezes solitário
A sonhar como um tosco visionário
Que desperta bastante satisfeito.

Com o peso da mágoa no meu peito
Eu brigava com o tempo mercenário
Que fizera de mim um proletário
Prá sofrer neste mundo sem respeito.

Com miséria fiz minha trajetória:
Nos anais cruéis da minha história
Aparece a mais negra solidão.

Desta vida bombástica eu sou um pária
A descrever com a alma libertária
A desgraça de um povo sem visão.


MINHA INFÂNCIA

Longe mesmo da velha Malhadinha
Eu me lembro da minha doce infância.
Daqui eu canto por certo a vil distância
Dessa terra pacata que foi minha.

Que saudade da grande mãe Zefinha
Matriarca de grande relutância,
Que perdeu-se na tosca ignorância
De um passado que o tempo descaminha.

Hoje, a desgraça em mim se expande
Quando tento falar da casa grande,
A disputa sem par dos Agostinhos.

Aquele espólio feito de miséria
Entra agora também como matéria
Na ternura cruel dos meus versinhos.

Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
Bookmark and Share

Um comentário:

  1. Maravilha! Tudo muito bom por aqui, parabens. Indicarei nas minhas páginas. Aguarde.
    Abração
    www.luizalbertomachado.com.br

    ResponderExcluir

Gente boa! Contribua com a cultura! Deixe um comentário. Sou-lhe grato!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...