AS MINHAS MÁGOAS
Dormitando na sombra do teu leito
Eu chorei muitas vezes solitário
A sonhar como um tosco visionário
Que desperta bastante satisfeito.
Com o peso da mágoa no meu peito
Eu brigava com o tempo mercenário
Que fizera de mim um proletário
Prá sofrer neste mundo sem respeito.
Com miséria fiz minha trajetória:
Nos anais cruéis da minha história
Aparece a mais negra solidão.
Desta vida bombástica eu sou um pária
A descrever com a alma libertária
A desgraça de um povo sem visão.
MINHA INFÂNCIA
Longe mesmo da velha Malhadinha
Eu me lembro da minha doce infância.
Daqui eu canto por certo a vil distância
Dessa terra pacata que foi minha.
Que saudade da grande mãe Zefinha
Matriarca de grande relutância,
Que perdeu-se na tosca ignorância
De um passado que o tempo descaminha.
Hoje, a desgraça em mim se expande
Quando tento falar da casa grande,
A disputa sem par dos Agostinhos.
Aquele espólio feito de miséria
Entra agora também como matéria
Na ternura cruel dos meus versinhos.
Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
Maravilha! Tudo muito bom por aqui, parabens. Indicarei nas minhas páginas. Aguarde.
ResponderExcluirAbração
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