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Créditos: William Hoilles |
OS LIVROS QUE EU MAIS LI
Quincas Borba e Rubião
O romance da censura
Nosso Machado de Assis
Descrevera com lisura
A musa machadiana
Demonstra a nossa loucura.
Com Eu e Outras Poesias
Livro de grande suporte
O nosso Augusto dos Anjos
Desmascara a rude sorte
Esse poeta macabro
Ergueu-se do volutabro
Para decantar a morte.
Eu lendo a Luneta Mágica
Outro livro genial
Descobri como Simplício
A cegueira visual
Porém a luneta mágica
Representa a visão trágica
Do sujeito sem moral.
Dom Quixote de La Mancha
Livro do grande Cervantes
Dessa prosa verdadeira
Promana frases vibrantes
O nosso herói quixotesco
Descreve o mundo dantesco
Com termos mirabolantes.
Li também O Bom Crioulo
Livro bastante complexo
Porém um tema bizarro
Narrando cenas de sexo
Amaro ,vil sibarita
Verdadeiro sodomita
Desse meandro perplexo.
Ceará - Homens e Fatos
Toca no íntimo da gente
Narra as brigas de famílias
Descreve o nosso ambiente
Nosso velho João Brígido
Tornou-se bastante rígido
Nesse livro contundente.
Lendo a cachorra Baleia
A gente sente emoção
Com nosso Graciliano
Escritor por vocação
Com suas palavras pecas
Apresenta em Vidas Secas
A desgraça do sertão.
Dona Guidinha do Poço
Romance regional
Do nosso Oliveira Paiva
Grande intelectual
Essa querida obra prima
Descreve com toda estima
Um crime passional.
Com Policarpo Quaresma
Conheci novos Brasis
O nosso Lima Barreto
Descreve muitos perfis
Nesse livro contundente
Ele mostra piamente
A nossa vida infeliz.
O nosso Érico Veríssimo
Descreve com ironia
No Incidente em Antares
A tremenda aleivosia
De Chico Vacariano
Um cidadão desumano
Matando por covardia.
Lendo A Fome, de Teófilo,
Sinto muita comoção
Com a família campesina
Morrendo de inanição
Freitas, forte como bravo,
Vendera mais de um escravo
Para Inácio da Paixão.
Nas páginas d‘O Cortiço
Descobri muita balela
Porém o século XX
Como Aluísio revela
Esse livro genial
Descreve o drama mortal
Que vemos lá na favela.
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Cartão Postal - Tarsila do Amaral |
MALHADINHA
Malhadinha, berço amigo
Terra do meu coração
Da minha nobre família
Eu tenho recordação
Do meu tempo de menino
Meu passado fescenino
Minha primeira ilusão.
Da minha primeira escola
Do meu velho professor
Raimundo Odete dos Santos
Um verdadeiro mentor
Foi lendo a velha seleta
Que senti ser um poeta
E genial trovador.
Malhadinha, meu cenário
Minha terra transparente
Reduto dos Agostinhos
A minha querida gente
Neste cenário portento
Toquei o meu instrumento
Fiz meu primeiro repente.
Do meu tamarindo ingente
Jamais eu posso esquecer
Minha rede de tucum
Meu verdadeiro lazer
Dos poemas de Bilac
Das ilusões de Balzac
Que me dão tanto prazer.
Da casa que morei nela
Eu sinto imensa saudade
Relíquia dos meus avós
Cenário da mocidade
Reduto da minha prole
Ribalta que o tempo engole
Com tanta perversidade.
Malhadinha dos Pachecos
Lugarejo campesino
Proscênio da minha infância
Meu convívio sibilino
Cenário deste poeta
Um verdadeiro exegeta
Do coração nordestino.
Das famílias antiquarias
Hoje resta pouca gente
Só ficou meu tamarindo
O único remanescente
Da casa dos Agostinhos
Tribuna dos passarinhos
Na manhã de sol ardente.
Nessa Malhadinha amiga
Tive uma mão protetiva
A querida mãe Zefinha
A minha mãe adotiva
Aí morreram meus pais
Talvez eu gozasse mais
Se mãe Tetê fosse viva.
Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
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