quinta-feira, 9 de setembro de 2010

UM TRAVO NA GARGANTA E LÁGRIMAS NOS OLHOS














AUSÊNCIA MATERNA

Minha mãe pereceu na mocidade
Foi bem curto na Terra o seu caminho
Como uma ave, ausentou-se do seu ninho
E foi morar lá na Santa Eternidade.

Nossa prole penetrou na orfandade
Sem afeto materno e sem carinho
Cada qual descreveu mesmo sozinho
Seu romance de dor e de saudade.

Aos dois anos de idade tão somente
Do carinho de mãe fiquei ausente
Cabisbaixo no mundo, sem saída.

Na residência fiel do meu avô
Minha infância macabra se passou
Sem os beijos reais da mãe querida.



MÁGOAS

Infância triste, juventude opaca
Velhice pobre sem nenhum conceito
Por isso vivo assim insatisfeito
Como uma coisa que não se destaca.

Por que sofrer tamanha urucubaca?
Se eu trago  em mim a marca do respeito
Há mil desgraças dentro do meu peito
Que me fizeram criatura fraca!

Não tive paz e nem também comforto
Quisera sempre ser um natimorto
Para não sofrer neste mundo incerto.

Eu sou aquele que ficou sozinho
A cantar como um tosco passarinho
Na solidão nefasta do deserto!

Antônio Agostinho Santiago - Russas-CE
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