sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O MAIS PURO VIGILANTE DA CASA DO MEU AVÔ
LEMBRANÇA DO POLEGAR
Nunca mais ouvi ladrar
O cachorro Polegar
Que minha gente criou.
Um animal importante
O mais puro vigilante
Da casa do meu avô.
Quando algum ente passava
Nosso Polegar ladrava
Fazendo grande alarido.
A minha gente dizia
É nosso melhor vigia
Nosso lar tá protegido.
Como defensor discreto
Tomava conta do teto
Ladrando muito lampeiro.
Companheiro pontual
Inimigo do animal
Que passava no terreiro.
Vigilante solitário
Companheiro solidário
Do nosso pacato abrigo.
Quando retorno ao meu lar
Pareço ver Polegar
Brincando sempre comigo.
O nosso velho cachorro
Morreu sem nenhum socorro
Da medicina legal.
Depois do corpo leproso
Ficou bastante horroroso
Aquele lindo animal.
Logo desapareceu
Ocultamente morreu
Na sombra de um mulungu.
Aquele cão lindo e casto
Fora servir de repasto
Ao funesto urubu.
Ferida por todo lado
Pareceu todo chagado
Nosso velho Polegar.
Eu guardei dentro de mim
Como fora o triste fim
Do nosso amigo exemplar.
Antônio Agotinho Santiago - Russas-CE.
Postado por
Antônio Agostinho Santiago
às
20:58
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Cachorros tão sertanejos quanto seus conviventes humanos, gentes e bichos unidos na mesma "vida severina", lembrando outro poeta. Das muitas imagens que temos do Nordeste, dos altos sertões, onde tudo é árido - do ar à farinha; das falas das pessoas às batidas de um xote ou de um baião -, dessas tantas imagens vem essa de um cachorro, quase um menbro da família, querido por todos, um irmão, como o jumento de que fala Luiz Gonzaga. Parabéns, Agostinho! Muito bom! Abraços.
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