sábado, 4 de setembro de 2010

COMO UMA TRISTE OVELHA DESGARRADA

 Edvard Munch - O Grito




















CETICISMO

Na desventura imensa do planeta
Eu levo a vida como um pensabundo
Daqui percebo a podridão do mundo
Depois medito como um exegeta.

Eu sou tão triste como um anacoreta
Mas não reclamo o padecer profundo
E definhando como um moribundo
Eu também vou cair lá na sarjeta.

Quarenta anos eu vivi descrente
Não há mais cura para um ser demente
Que o vil destino quis o transformar.

Eu sou aquele que ficou sozinho
A vagar como ente sem carinho
A procura de um canto pra pousar.




Vênus de Milo




















SONETO A UMA IRMÃ AUSENTE

Muito jovem partiu despercebida,
Deixando todos na cruel ternura.
Irmã distinta, amiga da ventura,
Você deixou saudade em nossa vida.

A tristeza abalou nossa guarida,
Seu desdém aumentou nossa tristura.
Você foi para nós uma figura
Formidável, sincera e destemida!

Como uma triste ovelha desgarrada
Deu desprezo também à terra amada,
Dos parentes humildes esqueceu.

Nunca mais nossa mana deu notícia.
Hoje vive a sofrer sem ter carícia
Bem distante do lar onde nasceu.

Antonio Agostinho Santiago - Russas-CE
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